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Crepúsculo 07/02/2009

Posted by Denise Alves in Filme, livros, Meus.
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Já faz tempo que estou querendo confessar isso: Vi Crepúsculo. É verdade. E o pior: GOSTEI, gostei não, amei.

Vi e revi em DVCam umas quatro vezes – o que o desespero não faz – e estou ansiosa pelo DVD. Mas você pode estar se perguntando, isso se você teve coragem de assitir, o que eu vi de tão especial num filme de romance adolescente, é! romance porque de terror ali não tem nada!, e a minha resposta é EU NÃO SEI, por isso vi e revi tantas vezes para entender porque um filme nesse estilo teve tanto poder sobre as minhas emoções. E assim saí para caçar as bruxas, ou melhor, vampiros dentro de mim.

Dizem por aí que nós somos 1% consciente e 99% inconsciente, que aquilo que percebemos rapidamente com um pequeno esforço mental está no nosso consciente, mas que as forças por trás dessas conclusões se escondem propositadamente no inconsciente/subconsciente e como no meu caso as respostas sobre a minha inesperada relação com Crepúsculo não foram achadas na primeira tentativa, cheguei a conclusão que deveria ir mais fundo, literalmente.

Então é aí que Freud entra na história, porque antes de Jung só existia Freud, e isso só mais adiante.

Freud teve a audácia de provar que nos escondemos de nós mesmos, que o nosso EU não consegue suportar algumas coisas sobre si mesmo e então para se auto-proteger do que considera impróprio à sobrevivência encontra meios de pelo menos driblar, ou como ele diz, reconfigurar a realidade, evitando uma relação direta entre causa(o que é) e efeito(o que e gostaria que fosse), numa intricada e complicada rede de mentiras/verdades que constroem a nossa percepção e reação ao mundo.

Resumindo: havia algo que eu estava escondendo de mim mesma. Mas o que? Meu consciente não sabia o que era, mas o meu inconsciente reconhecia algo de muito familiar em Crepúsculo e enviava milhares de gritantes mensagens codificadas sobre o que estava abaixo do limiar da consciência.

Depois de muito pensar sobre o assunto… e pensar sobre o assunto… e rever o filme… e forçar o portão do porão do meu cérebro, cheguei a uma conclusão – um dentre tantos motivos – quase uma EUREKA!!!!

É o amor.

Oh!! Claro que é o amor, afinal é um romance você queria o que!!! – você deve estar gritando para mim. Mas calma, não é apenas o amor. É o modo inconsciente como percebemos o amor.

A relação de Bella e Edward  é mais do que se pode ver rapidamente, como é dito pela própria mãe de Bella no livro Eclipse, é eu já li!!!!!!, é um amor estranho diferente… mas diferente como?…. Incondicional!

É essa a palavra que o meu cérebro não queria deixar aflorar. É isso que me chama a atenção no filme e no livro, porque eles falam de um amor incondicional. E não é isso que no fundo no fundo nós queremos? Alguém que nos ame simplesmente porque existimos. Sem nada em troca. Sem interesses outros.

Numa sociedade tão cheia de trocas de favores, onde usamos uns aos outros em benefício próprio como não se encantar com um amor assim.

Mas somos adultos! protestamos e esse é um filme para adolescentes por isso não me chama a atenção. Eu ousaria uma outra interpretação.

Nós adultos nos acostumamos com o mundo como ele se apresenta para nós. Aprendemos com o tempo e a experiência que pedras atiradas para cima SEMPRE caem. Que o sol nascerá amanhã. Que cachorro não fala. Que pessoas não amam sem um motivo.

Aprendemos isso, nos acostumamos. E criticamos quem ainda tem esperança.

As crianças e os adolescentes ainda acreditam no amor verdadeiro, ainda conseguem se encantar, seus mecanismos de auto-repressao não foram totalmente formados. Seus inconscientes ainda conseguem mandar informações ao consciente, que com o tempo e por causa das experiências conseguimos abafar.

E uma das coisas que temos dentro de nós, de todos nós, como ressalta Jung com a Inteligência Coletiva, é o desejo de sermos amados Incondicionalmente, ele está lá latente, quero sair, se expressar, só esperando a primeira oportunidade de mostrar quem no fundo nós somos e quando vemos um amor assim, paramos e nos sentimos atraídos.

Porém uma das coisas que o filme Crepúsculo também mostra é que esse amor não pode ser concedido por alguém da nossa própria espécie, mas alguém diferente, acima, transformado. Guardando as devidas proporções, só uma pessoa pode amar Bella (o ser humano) com todas as suas falhas de caráter sem pedir nada em troca e esse alguém é Edward(Jesus), um vampiro(Deus em forma de Homem), aquele que ao invés de exigir meu sangue, deu o dele por mim.

É disso que o nosso subconsciente se lembra quando assiste a Crepúsculo: Existe alguém que me ama como sou, e seu nome é Jesus.

É isso que está gravado no fundo do nosso ser por mais que tentemos abafar e substituir. Fomos criados para ser amados e desejamos ardentemente esse amor. Mas não nos permitimos confessar isso nem pra nós mesmos, quanto mais para os outros!

Mas deixe eu lhe dizer uma coisa: Ele é mais real do que você imagina.